Este livro que o leitor toma em
mãos reflete os caminhos trilhados pelo que temos chamado de pesquisador-aprendiz,
ou seja, por alunos de curso de pós-graduação lato sensu em Libras que
enfrentaram o desafio de aprender a produzir conhecimento.
Para dizer desta obra coletiva trazemos
da memória a imagem de nossas reuniões coletivas ou individuais com os
orientandos. Encontros de pesquisas que levaram os orientandos a repensar suas práticas,
suas formas de ver o mundo. O esboço mais nítido da multiplicidade do mundo
científico é ver que cada orientador matriculado em um paradigma de pesquisa
conduziu os alunos que na heterogeneidade dos tipos de formação inicial puderam
apropriar-se do que se tem chamado fazer ciência.
Para Freitas, a heterogeneidade é
benéfica porque traz novas questões, desinstala posições, obriga o
enfrentamento de problemas, estimula reflexões e impulsiona o nosso caminhar na
pesquisa. É nessa arena de circulação e confronto de discursos, no exercício de
experiências plurais, que nossas singularidades vão sendo construídas na e para
a pesquisa.
Estas reflexões e pesquisas resultaram
em uma coleção de livros composta por três exemplares, o primeiro: discute a
formação, contratação e atuação de tradutores/intérprete de Libras; o segundo: caminha
na investigação por conhecer nos múltiplos espaços as estratégias de ensino de
Libras, e o terceiro: busca na descrição e análise o conhecimento sobre a
Libras.
Construir conhecimento, no momento
que comemoramos 10 anos do reconhecimento da Libras (Lei nº 10.436, de 24 de
abril de 2002), faz deste livro um marco significativo na trajetória de pessoas
que atuam como professor-orientador e do pesquisador-aprendiz buscando a
produção de conhecimento nesta nova área. A partir desta coleção, nos sentimos
realizados por poder contribuir um pouco para a área do que se tem chamado de
“Estudos da tradução”.
Conduzidos pela consciência de
que as pesquisas acadêmicas devem ter um compromisso social e político com o
coletivo, com a busca por respostas aos problemas da vida cotidiana, tendo como
ponto principal a difusão deste conhecimento, buscamos a publicação do material.
Neste sentido, os diferentes artigos deste livro, tomados em conjunto são
publicados para provocar novas reflexões.
Neste exemplar, intitulado
“Libras em estudo: tradução/interpretação”, os ensaios teóricos produzidos
pelos professores do curso de formação de intérpretes Neiva de Aquino, Vânia
Santiago e Vinicius Nascimento versam sobre a problemática da formação, numa
perspectiva científica, técnica e política, respectivamente. Os trabalhos de pesquisa
dos alunos em formato de artigo científico buscaram responder a questões
relevantes sobre política, linguística, inclusão educacional de surdos e a
práxis do intérprete.
Ana Claudia dos Santos Camargo
problematiza a forma de contratação de intérpretes educacionais por meio de
concursos públicos tendo como corpus da sua pesquisa provas de concurso de todas
as regiões do país. Identificou que o formato de prova assumido não avalia
efetivamente a competência linguística, interpretativa e discursiva dos
candidatos. Representa uma grande contribuição nessa área do conhecimento, pois
propõe mudanças significativas na seleção de intérpretes.
Silvia Maria Estrela Lourenço
desenvolveu uma pesquisa histórica da formação do guias-intérpretes no Brasil.
O artigo revela também currículos de cursos, podendo apontar caminhos para a formação
desse profissional que no seu dia a dia desenvolve atividade tão específica
como a guia-interpretação para surdocegos.
Regina Maria Russiano Mendes
desenvolveu uma interessante revisão de literatura sobre a problemática dos
papéis desenvolvidos pelos intérpretes educacionais, e ao colher depoimentos de
intérpretes analisa a construção deste profissional na lógica da inclusão educacional.
No seu artigo apresenta uma comparação do discurso de intérpretes que atuam no
ensino fundamental e no ensino superior, seu texto traz importantes
considerações sobre os diferentes saberes e fazeres.
Renata Souza Santos identificou no
fazer tradutório de português para a Libras os procedimentos de tradução
aplicados em livro didático bilíngue. Para além da técnica, a autora apresenta
a complexidade que envolve a função da tradução e como os sentidos subjetivos e
individuais estão presentes no processo de tradução. A partir de excertos de
dois gêneros de discurso: texto explicativo e texto de orientação (enunciado de
exercício/atividades), a autora realiza análise contrastiva com foco nos
procedimentos de tradução e revela pontos interessantes que também apontam
caminhos na pesquisa dessa área de conhecimento.
Ester Barbosa Fidelis analisa a tradução
da Bíblia, construindo um olhar sobre o fazer técnico na interpretação de
“textos sensíveis” como o texto religioso. Com base no estudo dos procedimentos
de tradução, revela ponto a ponto escolhas tradutórias e sugere outras possibilidades
a partir de uma visão dinâmica da tradução, atendo-se ao uso de procedimentos
que permitam a transmissão do sentido da mensagem.
Esperamos que as pesquisas, os
questionamentos e as reflexões dos autores nesse livro estimulem a produção de
novos trabalhos, e o compartilhamento contínuo de estudos e práticas entre
tradutores e intérpretes de Libras – português.
Neiva de Aquino
Albres
Vânia de Aquino Albres Santiago
Baixe o livro pelo link!! É clicar...
Todos vocês podem baixar o livro pelo site:
1 comentários:
Olá
Seu blog é uma gracinha.
Parabéns!
Alana Lacerda
http://docepaginas.blogspot.com.br/
Postar um comentário