Literatura Surda



Literatura Surda é uma das disciplinas do curso superior de Letras/LIBRAS ministrada pela professora Lodenir Karnopp. Segue abaixo, alguns trechos interessantes do texto base dessa disciplina.
“A literatura surda (…) se manifesta nas histórias contadas em sinais, mas o registro de histórias contadas no passado permanece na memória de algumas pessoas ou foram esquecidas. Assim, estamos privilegiando a literatura surda contemporânea, após o surgimento da tecnologia, da gravação de histórias através de fitas VHS, CD, DVD ou de textos impressos que apresentam imagens, fotos e/ou traduções para o português. O registro da literatura surda começou a ser possível principalmente a partir do reconhecimento da LIBRAS e do desenvolvimento tecnológico, que possibilitaram formas visuais de registro dos sinais.”
“(…) além das produções em vídeo (DVD), a escrita da língua de sinais (SignWriting) é uma forma potencial de registro da literatura surda, pois possibilita que os textos sejam impressos e que circulem em diferentes tempos e espaços.”
“Contar histórias é um hábito tão antigo quanto a civilização. Contar histórias é um ato que pertence a todas as comunidades: comunidades indígenas, comunidades de surdos, entre outras. Contar histórias, piadas, episódios em línguas de sinais pelos próprios surdos é um hábito que acompanha a história das comunidades surdas. Cabe, então, coletar as narrativas que surgem nessas comunidades, para que não desapareçam com o tempo.”
“A literatura surda está relacionada com a cultura surda. A literatura da cultura surda, contada na língua de sinais de determinada comunidade lingüística, é constituída pelas histórias produzidas em língua de sinais pelas pessoas surdas, pelas histórias de vida que são frequentemente relatadas, pelos contos, lendas, fábulas, piadas, poemas sinalizados, anedotas, jogos de linguagem e muito mais.”
“(…) utilizamos a expressão “literatura surda” para as produções literárias que têm a língua de sinais, a questão da e da cultura surda presentes nos textos e/ou nas imagens.”
Fonte: Texto base – Literatura Surda – Letras/LIBRAS

Quer saber mais um pouco da Literatura Surda? Então viaje, deliciei numa linda leitura do Mestre Carlos Mourão!!

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Matemática na Educação de Surdos

A metodologia de matemática utilizada no ensino dos surdos, não modifica muito da que se usa com os alunos ouvintes, embora a linguagem seja diferente, os métodos aplicados às séries iniciais são os mesmos, principalmente o uso de recursos ilustrativos como figuras, e o letramento dos alunos para entendimento dos problemas. Via de regra, para os alunos surdos o professor necessita trabalhar a leitura com mais persistência, uma vez que para isso, não deve formar copistas e a dificuldade do aluno surdo é a decodificação do código lingüístico. Assim, mais uma vez, a questão comunicativa está presente na elocução dos fatos que compõem a função social dos surdos. Apesar deste detalhe, ainda há possibilidade de se chegar até o raciocínio lógico-matemático dos surdos, com pequenas adaptações como o uso de uma língua (a LIBRAS) que serve como ponte entre conhecimento do professor ouvinte e o silêncio dos surdos, dentre as vantagens está à mudança na concepção dos próprios surdos sobre a sua capacidade.
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O Patinho Surdo


Em uma lagoa tranqüila, num dia ensolarado, no Rio Grande do Sul, chegou uma revoada de aves. 
De um lado ficaram os cisnes e de outro ficaram os patos surdos.
Estavam todos na lagoa até que uma pata e um pato surdos se encontraram e começaram a sinalizar.
Conversaram, conversaram até que começaram a namorar.
Os dois começaram a preparar um ninho, pois a pata iria colocar ovos.
Ela pôs um ovo, depois outro, depois outro. Um dia, em que ela precisava relaxar um pouco, saiu a nadar.
E, passeando tranqüila pelo lugar onde ficavam os cisnes, começou a sentir uma dor. Ai, faltava colocar um ovo! E não daria para voltar para o ninho, teria que ser ali mesmo.
Viu um ninho dos cisnes e colocou o ovo ali mesmo. Foi embora triste, pois ali não era o seu ninho. Voltou...
A mamãe cisne retornou e sentou no seu ninho. Dali alguns dias, ela sentiu algo se mexendo lá embaixo. Saltou logo para ver. Eram os ovos que começaram a quebrar.
Os filhotes iam saindo e grasnando. A mamãe chamou logo o papai para ver os filhotes que iam nascendo e de repente... sai um filhote sinalizando!
O papai e a mamãe se olharam achando aquilo estranho, todos grasnavam e um sinalizava.
Sem saber como aquilo acontecera, papai cisne saiu irritado. Mamãe não soube como reagir e como tratar o filhote diferente.
Todos os cisnezinhos conversavam e o patinho ficava ali calado. Mamãe cisne levou todos para passear e eles cantavam, todos alegres. O patinho surdo começou a perceber que ali não era seu lugar.
- Todos conversavam e cantam e eu sinalizo.
Deixou o grupo e saiu nadando.
Foi nadando angustiado, nadando, nadando. Passou por entre os juncos do lago e viu algo ao longe. Aproximou-se mais e viu outro grupo de cisnes sinalizando, nadou, nadou...
Encontrou cisnes de outra família, negros e pescoço longo. Ele se aproximou. Os cisnes respondiam com sinais ao mesmo tempo em que oralizavam. Não, ali também não era o seu lugar.
Saiu nadando triste e solitário. Até que um grupo de irmãos sinalizava por ali e avistou o patinho, sozinho. O grupo de patinhos resolveu ir até lá. Se aproximaram e chamaram o patinho.
O patinho ficou aliviado pois os outros patos também sinalizavam. Nisso, a mamãe pato o avistou e saiu correndo para abraçá-lo. Era seu filho que havia nascido em outro ninho!
Os cisnes já estavam desesperados procurando o patinho perdido. Quando de repente os cisnes e os patos se encontram! Não conseguiam se comunicar, pois os cisnes falavam e os patos sinalizavam.
Tiveram a idéia de chamar o sapo, pois este era intérprete e poderia mediar a situação. O cisne perguntou pelo filho que estava perdido, então a mamãe pato explicou o que acontecera.
Falou que um dia estava passeando quando precisou colocar um ovo, e o fez no ninho dos cisnes.
Ah, então tudo ficou esclarecido. Com a ajuda do sapo intérprete eles foram se comunicando e tudo ficou claro.
Todos ficaram tranqüilos. E unidos. Felizes e unidos!

Vejam a história em video sinalizada!!
Baixe a história aqui:

Do encontro de palavras se tece um texto

Esse livro é fruto do desejo de se ter um olhar acadêmico sobre o ensino da Libras, esse desejo nasceu do contato entre pesquisadoresorientadores e professores em formação no processo de constituição como pesquisador-aprendiz, e foi motivada pela necessidade de se criar espaços para o estabelecimento de trocas que gerassem pesquisas e reflexões sobre o ensino de Libras.
Surpreendemo-nos com os professores em formação, neste processo, encontramos professores comprometidos com o fazer pedagógico, com a educação de surdos e com a reflexão sobre o ensino da Libras.
Do contínuo de conversas, ora face a face, ora por e-mail, ora por telefone, skype, msn... a orientação (comunicação por meio de palavras) acontecia. O produto da ação de orientadores e pesquisadores-aprendizes foi uma coleção composta de três livros que apresentamos; o primeiro: discute a formação, contratação e atuação de tradutores/intérprete de Libras; o segundo: caminha na investigação por conhecer os múltiplos espaços as estratégias de ensino de Libras, e o terceiro: busca na descrição e análise o conhecimento sobre a Libras.
No emaranhado de palavras próprias e de palavras alheias os textos foram sendo tecidos. Também a palavra neste livro é palavra de outros, já que se constituiem de outras vozes no texto do pesquisador-aprendiz: a voz de seus orientadores, a voz dos autores lidos, dos colaboradores/sujeitos das pesquisas e em outro pólo a voz do leitor que ao tomar os textos poderá construir sentidos próprios.
Assim, a leitura se constitui por um emaranhado de palavras que tomam sentido pelo tecido produzido e pela interpretação de quem se debruça sobre esse tecido.
É preciso, a palavra que organiza o pensamento, que instrumentaliza a reflexão, que registra o conhecimento produzido. A palavra que divulga os avanços da ciência. Uma palavra outra a partir de si mesmo, uma palavra capaz de ouvir a outra palavra. Intitulamos esse livro de Libras em estudo: ensinoaprendizagem.  
Os ensaios teóricos foram produzidos pelos professores do curso de formação de professores de Libras: Neiva de Aquino e Vanessa Regina de Oliveira Martins. A primeira procurou compartilhar os saberes determinados para a formação de professores de língua de sinais no exterior e no Brasil apontando caminhos para reflexão sobre o ensino de línguas e de método na formação docente; e a segunda fez uma crítica sobre a política de ensino de Libras emergente a partir das ações estratégicas do Estado.
Os trabalhos de pesquisa em formato de artigo científico buscaram responder a questões relevantes sobre o fazer pedagógico,  sobre as políticas de construção de curriculo, sobre as estratégias desenvolvidas por professores e sobre recursos materiais para o ensino-aprendizagem de Libras.
Edna Aparecida Mercado apresenta a análise das ementas da disciplina de Libras oferecida em cursos de pedagogia de Instituições de Ensino Superior em São Paulo a fim de promover a formação inicial de professores, revela uma grande diferença entre as instituições quanto ao conteúdo, carga horária e organização da disciplina. Constata que a disciplina de Libras como organizada não tem condições de minimizar os problemas de professores e alunos surdos incluídos em escolas no ensino comum.
Mônica Conforto Gargalaka analisou dois blogs usados como recurso didático para ensino de Libras. A pesquisa qualitativa foi construída pela leitura e descrição das partes do blog, como: layout, postagens, comentários, ilustrações e uso de recursos midiáticos. Pelas palavras postadas e palavras ditas em entrevista, discute o papel ativo dos professores/produtores e o papel ativo-responsivo do aluno ao atribuir sentidos próprios às mensagens. Constata que a tecnologia educacional é emergente com vistas ao desenvolvimento de recurso pedagógico para o ensino de Libras.
Roseli Reis da Silva analisa livros didáticos para o ensino de Libras. O objetivo do trabalho foi apresentar as reflexões e os resultados práticos sobre a organização de três livros disponíveis no mercado. Discute sobre a conscientização do professor em relação à escolha e adaptação de livros didáticos voltados às necessidades de alunos ouvintes. Leva o leitor a pensar a relação entre o livro didático usado em sala de aula e concepções de ensino/aprendizagem e linguagem de quem o adota.
Elizabeth Aparecida de Andrade Silva Figueira teve como objetivo investigar e analisar a prática pedagógica de professor de Libras como segunda língua com foco no ensino de vocabulário. Mapeou as estratégias de ensino de vocabulário e identificou como a prática do professor e as atividades por ele desenvolvidas em sala de aula puderam contribuir para aumentar ou minimizar o contato dos aprendizes com os termos propostos para aquela aula. A autora concluiu que a abordagem de ensinar do professor, ou seja, o modo como o professor estrutura suas aulas e como se relaciona com os alunos são aspectos que influenciam o contato dos alunos com o vocabulário e a construção de sentidos sobre estes novos termos a aprender.
Esta obra divulga parte das pesquisas mais recentes desenvolvidas na área de ensino-aprendizagem de Libras. Os estudos sugerem reflexões bastante pertinentes para os que estão em processo de formação em Letras e também para aqueles que buscam uma formação continuada e atualização. Assim, sua leitura é interessante para alunos e professores de cursos de Letras em busca de melhoria no ensino de Libras.
Neiva de Aquino Albres

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    Este livro que o leitor toma em mãos reflete os caminhos trilhados pelo que temos chamado de pesquisador-aprendiz, ou seja, por alunos de curso de pós-graduação lato sensu em Libras que enfrentaram o desafio de aprender a produzir conhecimento.

    Para dizer desta obra coletiva trazemos da memória a imagem de nossas reuniões coletivas ou individuais com os orientandos.    Encontros de pesquisas que levaram os orientandos a repensar suas práticas, suas formas de ver o mundo. O esboço mais nítido da multiplicidade do mundo científico é ver que cada orientador matriculado em um paradigma de pesquisa conduziu os alunos que na heterogeneidade dos tipos de formação inicial puderam apropriar-se do que se tem chamado fazer ciência.
    Para Freitas, a heterogeneidade é benéfica porque traz novas questões, desinstala posições, obriga o enfrentamento de problemas, estimula reflexões e impulsiona o nosso caminhar na pesquisa. É nessa arena de circulação e confronto de discursos, no exercício de experiências plurais, que nossas singularidades vão sendo construídas na e para a pesquisa.
    Estas reflexões e pesquisas resultaram em uma coleção de livros composta por três exemplares, o primeiro: discute a formação, contratação e atuação de tradutores/intérprete de Libras; o segundo: caminha na investigação por conhecer nos múltiplos espaços as estratégias de ensino de Libras, e o terceiro: busca na descrição e análise o conhecimento sobre a Libras.
    Construir conhecimento, no momento que comemoramos 10 anos do reconhecimento da Libras (Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002), faz deste livro um marco significativo na trajetória de pessoas que atuam como professor-orientador e do pesquisador-aprendiz buscando a produção de conhecimento nesta nova área.     A partir desta coleção, nos sentimos realizados por poder contribuir um pouco para a área do que se tem chamado de “Estudos da tradução”.
    Conduzidos pela consciência de que as pesquisas acadêmicas devem ter um compromisso social e político com o coletivo, com a busca por respostas aos problemas da vida cotidiana, tendo como ponto principal a difusão deste conhecimento, buscamos a publicação do material. Neste sentido, os diferentes artigos deste livro, tomados em conjunto são publicados para provocar novas reflexões.
 Neste exemplar, intitulado “Libras em estudo: tradução/interpretação”, os ensaios teóricos produzidos pelos professores do curso de formação de intérpretes Neiva de Aquino, Vânia Santiago e Vinicius Nascimento versam sobre a problemática da formação, numa perspectiva científica, técnica e política, respectivamente. Os trabalhos de pesquisa dos alunos em formato de artigo científico buscaram responder a questões relevantes sobre política, linguística, inclusão educacional de surdos e a práxis do intérprete.
    Ana Claudia dos Santos Camargo problematiza a forma de contratação de intérpretes educacionais por meio de concursos públicos tendo como corpus da sua pesquisa provas de concurso de todas as regiões do país. Identificou que o formato de prova assumido não avalia efetivamente a competência linguística, interpretativa e discursiva dos candidatos. Representa uma grande contribuição nessa área do conhecimento, pois propõe mudanças significativas na seleção de intérpretes.
    Silvia Maria Estrela Lourenço desenvolveu uma pesquisa histórica da formação do guias-intérpretes no Brasil. O artigo revela também currículos de cursos, podendo apontar caminhos para a formação desse profissional que no seu dia a dia desenvolve atividade tão específica como a guia-interpretação para surdocegos.
    Regina Maria Russiano Mendes desenvolveu uma interessante revisão de literatura sobre a problemática dos papéis desenvolvidos pelos intérpretes educacionais, e ao colher depoimentos de intérpretes analisa a construção deste profissional na lógica da inclusão educacional. No seu artigo apresenta uma comparação do discurso de intérpretes que atuam no ensino fundamental e no ensino superior, seu texto traz importantes considerações sobre os diferentes saberes e fazeres.
    Renata Souza Santos identificou no fazer tradutório de português para a Libras os procedimentos de tradução aplicados em livro didático bilíngue. Para além da técnica, a autora apresenta a complexidade que envolve a função da tradução e como os sentidos subjetivos e individuais estão presentes no processo de tradução. A partir de excertos de dois gêneros de discurso: texto explicativo e texto de orientação (enunciado de exercício/atividades), a autora realiza análise contrastiva com foco nos procedimentos de tradução e revela pontos interessantes que também apontam caminhos na pesquisa dessa área de conhecimento.
    Ester Barbosa Fidelis analisa a tradução da Bíblia, construindo um olhar sobre o fazer técnico na interpretação de “textos sensíveis” como o texto religioso. Com base no estudo dos procedimentos de tradução, revela ponto a ponto escolhas tradutórias e sugere outras possibilidades a partir de uma visão dinâmica da tradução, atendo-se ao uso de procedimentos que permitam a transmissão do sentido da mensagem.
    Esperamos que as pesquisas, os questionamentos e as reflexões dos autores nesse livro estimulem a produção de novos trabalhos, e o compartilhamento contínuo de estudos e práticas entre tradutores e intérpretes de Libras – português.

Neiva de Aquino Albres                   
Vânia de Aquino Albres Santiago


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